O Repórter

Os 12 trabalhos de Hércules do Presidente Bolsonaro

Por Redação...
08 de novembro de 2018 às 16:11
Atualizada em 08 de novembro de 2018 às 16:13
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Por César Souza*

Hercules é o mais conhecido herói da mitologia grega. Seus famosos 12 trabalhos não se resumiram a enfrentar feras. Houve missões mais complexas, como limpar os imundos estábulos do Rei Augias. Essa faxina o eleitor brasileiro já iniciou no Congresso e em parte dos governos estaduais. Já a missão mais urgente do presidente eleito, Jair Bolsonaro, será promover a reconciliação nacional em um país dividido, radicalizado em posições extremas e, ainda, vivendo um absurdo apartheid ideológico, social e de costumes. O desafio do Bolsonaro equivale ao de Nelson Mandela ao lutar pela reconciliação na África do Sul, marcada na época pelo absurdo apartheid racial.

A reconciliação precisa começar pelo alinhamento das instituições, ou seja, que o Judiciário, o Legislativo e o Executivo debatam, mas respeitem-se e deem o exemplo à população. Enfim decidido pelo voto democrático quem vai assumir o comando do País, os feitos de Hércules nos inspiram a propor os "12 desafios" do presidente Bolsonaro para esse novo ciclo.

1. Crise de valores

O Brasil vive um festival de "salve-se quem puder", "rouba, mas faz", "os fins justificam os meios". Na campanha eleitoral, a verdade deixou de ser uma virtude, passando a refém das conveniências de cada um e seus propósitos. A missão do novo presidente será resgatar a credibilidade, a ética e a cidadania, combatendo a corrupção e a manipulação de informações em todos os níveis.

2. Revitalização da Economia

A meta deveria ser elevar o ritmo de crescimento para um outro patamar e, assim, assegurar empregos e uma renda média aos brasileiros superior à obtida nos últimos anos. Revitalizar a Industria para que o país não fique a margem do mundo 4.0 pois sofremos um brutal processo de desindustrialização nos últimos 15 anos. A credibilidade dos investidores deve ser resgatada com base no controle rígido da inflação, na responsabilidade fiscal e nas necessárias reformas da Previdência, Tributária e a Política. Simplificar a tributação e devolver o poder aos municípios diminuindo a absurda centralização do poder em Brasília.

3. Educação

O sucesso de uma política educacional não pode depender de iniciativas isoladas, ou de ilhas de excelência. Deve ser sistêmico, impregnado em todos os níveis. Metade dos trabalhadores poderia ter nível pelo menos técnico – em vez dos 20% atualmente. A causa nobre de uma educação mais capilarizada deve abranger todo o território nacional.

4. Saúde

Devemos perseguir o sonho de país mais saudável da América Latina e combater doenças típicas da falta de saneamento básico e do binômio má alimentação-educação. Assim como doenças que atingem as parcelas mais ricas da população, como a obesidade e as decorrentes do envelhecimento. Que tal estabelecer uma meta de expectativa média de vida para 80 anos de idade?

5. Segurança pública

O Brasil é campeão em todos os índices de violência, perdendo apenas para países já dominados pelo narcotráfico. Os custos de contratação de segurança oneram orçamentos familiares e empresariais. Urge uma reforma da legislação, do sistema prisional, assim como a integração dos diversos níveis de poderes e das entidades que deveriam zelar pela segurança e combater o crime de forma muito mais assertiva eliminando as brechas e as atitudes que alimentam a impunidade.

6. Eficiência da máquina governamental

O presidente Bolsonaro necessitará promover uma grande reorganização no aparato público-governamental, visando desaparelhar a máquina do partidarismo que prejudica seu funcionamento a serviço de todos os cidadãos. Precisamos do chamado "choque de Gestão" não apenas como um mero chavão oportunista.

7. Sustentabilidade

O novo Governo precisa abraçar a causa da sustentabilidade ambiental com o mesmo vigor com o qual o Governo passado ensaiou combater a desigualdade social – que não pode ser diminuída apenas pelo aumento do consumismo na base da pirâmide. Precisamos de maior eficácia nos Programas Sociais de distribuição de renda, sem os efeitos perversos gerados pelo atual.

8. Política externa

O Brasil precisa reassumir uma posição de protagonismo saudável no cenário regional e mundial, influenciando políticas de forma compatível com seu posicionamento no ranking no concerto das nações. É tempo de abandonarmos qualquer viés ideológico na seleção dos parceiros internacionais e tomarmos decisões baseadas nos princípios do livre comércio e voltarmos a ser exportadores de produtos de maior valor agregado e não apenas de commodities

9. Infraestrutura logística

O maior "Calcanhar de Aquiles" da economia. Parte da eficiência operacional das fábricas e do campo é desperdiçada na hora do transporte, afetando a produtividade do país. Isso somado ao caos urbano nas grandes cidades obrigada o próximo governante a repensar de forma a resgatar o bem-estar perdido pela falta do planejamento urbano e logístico competente, especialmente no Nordeste, diminuindo nossas diferenças regionais.

10. Empreendedorismo

Apesar da retórica típica eleitoral, os pequenos e médios empreendedores não são considerados prioridade nas diversas políticas governamentais. Temos já 30 milhões de empreendedores no Brasil e empreender já é o terceiro maior sonho do brasileiro – logo após a casa própria e o automóvel. Estimular o empreendedorismo é a forma mais sustentável de gerar empregos. Precisamos transformar o Brasil em uma "Nação de Empreendedores" potencializando a nossa criatividade natural.

11. Reforma política

Fim da reeleição, do financiamento empresarial de campanha, do horário gratuito desigual para propaganda eleitoral e consolidar o veto a candidaturas com ficha suja são alguns dos desafios do presidente eleito.

12. Democracia

Como se essas prioridades não fossem suficientes, acrescente-se o 12º trabalho que talvez deveria estar no topo desta lista: o resgate da Democracia responsável, da capacidade de sonhar com o futuro, do orgulho e da cidadania comprometida com a verdade e com a construção do bem-estar coletivo.

*Presidente do Grupo Empreenda, consultor, palestrante e autor do livro "Seja o líder que o momento exige"

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