O Repórter

Quaresma: uma estrada que conduz à Páscoa da Ressurreição

Por Redação...
26 de março de 2019 às 11:22
Atualizada em 26 de março de 2019 às 12:26
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Por José Paulo Neves Pereira*

Em uma das suas suas mensagens para a Quaresma, Francisco nos ensina que este tempo serve “para não se contentar com uma vida medíocre, mas crescer na amizade com Deus. E os passos que a Quaresma nos ensina passa pelas práticas de jejum, oração e caridade”.

Ao refletir sobre a parábola de Jesus, de Lázaro e o rico (Lc 16,19-31), o Papa nos ensina que o outro é um dom, e o primeiro convite que Deus nos faz nesse tempo é abrir o coração ao nosso próximo, seja ao nosso vizinho ou um pobre desconhecido, reconhecendo neles o rosto de Cristo.

É comum, nas paróquias, se incentivar as penitências da Quaresma, e muitos aderem ao costume, mesmo sem saber o motivo pelo qual o faz. Muitos não comerão chocolate, outros não beberão refrigerante, e por aí vai… Mas o Papa Francisco nos alerta a não nos esquecermos de praticar realmente o amor.

Podemos passar quarenta dias sem comer chocolate, mas, se durante esses dias, mantivermos a inimizade com o vizinho ou uma pessoa da própria família, estaremos agindo como esse homem rico que desprezava Lázaro.

O Papa recorda que, nesta parábola, o outro homem, ao contrário, não tem nome como Lázaro; ele é chamado somente de “rico”. Ele se veste como um rei e se comporta como um deus, esquecendo-se de que é simplesmente um mortal. Em sua ambição e ganância, torna-se cego ao que sofre, e se preenche de banquetes e festa todos os dias.

O livro ‘Imitação de Cristo’ ensina que “muito depressa chegará o nosso fim”, e nos convida a olhar bem como estamos vivendo.

Em sua reflexão, Papa Francisco conclui que a raiz do mal no homem rico é não ter escutado a Palavra de Deus. A Palavra é força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar novamente as pessoas para Deus.

Quando Ele pede a Abraão que permita a Lázaro voltar e alertar seus irmãos, para que possam mudar de vida, Abraão responde que eles têm Moisés e os profetas, referindo-se, assim, à própria Palavra de Deus.

Fechar o coração ao dom de Deus que nos fala traz como consequência um coração fechado ao dom do irmão. Assim, fica o convite claro do Papa Francisco para o tempo de Quaresma. Não basta somente fazer, por fazer, uma prática de penitência. Ofereça-a por alguém; se fizer jejum de alguma comida, cuide de oferecê-la a algum pobre; tente também fazer penitência de não falar palavrões ou não falar mal do seu próximo; se tiver brigado com alguém, procure-o nesse tempo e se reconcilie, perdoe, peça perdão e dedique esse tempo para meditar a Paixão de Cristo.

Nesse tempo, seria interessante dedicar-se à leitura de um Evangelho, para conhecer melhor a vida de Nosso Senhor.

Por que não fazer uma penitência de dedicar um pouco do seu tempo a escutar um idoso, ajudar um orfanato ou asilo? Tantas são as possibilidades que nos permitem fazer deste tempo, verdadeiramente, um tempo de conversão!

* José Paulo Neves Pereira é missionário da Comunidade Canção Nova e gerente no setor de Conteúdo da TV Canção Nova.

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