RIO DE JANEIRO (O REPÓRTER) - O Skank, liderado pelo mineiro Samuel Rosa, abriu neste sábado (21) o line up do Palco Mundo com bastante propriedade e repertório. A banda mineira teve o público nas mãos e fez uma das melhores apresentações do festival até aqui.
Samuel Rosa, que além de segurar a onda no vocal, compõe, toca violão e guitarra muito bem teve o apoio luxuoso de Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria). O desenrolar da abertura do Palco Mundo mostrou porque o Skank não contabiliza a toa mais de 6 milhões de cópias vendidas de CDs e DVDs.
Quem viu de perto o showzaço dos mineiros ainda ganhou um plus. As participações do rapper Emicida, com a canção "Presença", versão lançada no ano passado pela gravadora Sony Music, e do cantor Nando Reis, que quase no final do show levou a multidão à emoção com o hit radiofônico "Resposta".
No setlist, sucesso como "É uma partida de futebol" não poderia faltar. A música chegou a ganhar alguns prêmios da MTV em 1997 e foi tema da novela global Zaza estrelada por Fernanda Montenegro, no ano seguinte. E a escolha não teve erro. O público, que lotou rapidamente os espaços vazios, foi ao êxtase com a canção e fez Samuel agradecer.
"É uma grande honra estar aqui de novo. Não é fácil pra banda nenhuma olhar esse multidão aqui de cima e não se emocionar", disse arrancando gritos do outro lado.
O vocalista do Skank já havia pisado na Cidade do Rock, na primeira semana de festival, onde dividiu o palco Sunset, no domingo (15), com o amigo Nando Reis, onde conquistou a empatia do público cantando "Marvin", um dos grandes sucessos dos Titãs.
A presença da semana anterior valeu como preparação para pisar no palco principal da festa neste último dia do inverno carioca. Os termômetros chegaram a marcar 41º, algo parecido com a temperatura deste show.
Não faltou espaço para crítica e nem música tema para isso. A deixa foi uma composição de Roberto e Erasmo Carlos. "É Proibido Fumar". A todo o momento do refrão, a resposta do público era: "Maconha!". O líder do Skank não se fez de rogado e vociferou: "Maconha não pode, né? Mas repetir o Mensalão pode?"
Depois do rápido e certeiro protesto, um solo de guitarra para o deleite dos roqueiros. Alguns segundos de respiro e voltando ao setlist "Saideira" manteve a temperatura nas alturas.
Samuel e o Skank têm, notadamente, como principais influências o reggae, e com ele prosseguiu dominando a plateia. Foi a vez de "Te Ver", composição de Samuel Rosa, Lelo Zanetti e Chico Amaral que fez muitos casaisinhos olharem entre si com ares de paixão.
O prêmio de melhor cantor em 2010, oferecido ao vocalista da banda mineira poderia ter incluído uma menção honrosa pela arte de segurar milhares de pessoas que não pestanejavam em dizer sim ao que o músico propunha. Todos os apelos de Samuel ganhavam uma resposta positiva. Se ele pedia pra cantar, a galera cantava. Se era para fazer coro, idem. Foi o que se viu com "Acima do Sol", de Chico Amaral e do próprio Samuel.
Agradável ver ainda Nando Reis dividindo o palco com Samuel e interpretando "Resposta", composição dos dois, que fez a plateia vir abaixo.
Ainda tinha espaço na programação musical para mister Gilberto Gil, composta em parceria com Liminha, "Vamos Fugir", gravada por diversos interpretes da MPB e que descreve várias praias e cenários naturais, foi de arrepiar. E não podendo evitar a brincadeira, não se via ninguém querendo fugir para outro lugar.
O show chegou ao fim com aquele gostinho de quero mais e nada mais sugestivo do que tocar "Tão Seu". Exatamente a maneira como o Skank terminou a apresentação e o envolvimento com a plateia. "Eu sinto sua falta, não posso esperar tanto tempo assim". É o que os seus milhares de fãs presentes na Cidade do Rock devem estar cantando a partir de agora.
