O Repórter

Vaticano nega que Papa enviou advogado para visitar Lula

Site da Sala de Imprensa da Santa Sé também negou envio de terço

Por Redação...
12 de junho de 2018 às 13:34
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SÃO PAULO (ANSA) - O Vaticano esclareceu hoje (12) que o papa Francisco não tem relação com o advogado argentino Juan Grabois, o qual tentou visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão.

Grabois, fundador do Movimento dos Trabalhadores Excluídos e ex-consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, tentou visitar ontem (11) Lula na prisão em Curitiba, mas não foi autorizado pela Polícia Federal (PF).

Vários veículos de imprensa e redes sociais do PT haviam dito que Grabois era um representante do Papa que entregaria um terço a Lula em nome do Pontífice.

Mas, de acordo com uma nota publicada pelo site Vatican News, Grabois fez a visita a "título pessoal", e o terço não foi enviado pelo papa Francisco, apenas "abençoado".

"Em mérito às notícias circuladas sobre o suposto envio de um Terço pelo Papa Francisco ao ex-presidente Lula, esclarecemos que o advogado argentino Juan Grabois, fundador do Movimento dos trabalhadores excluídos e ex-consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, tentou fazer uma visita - a título PESSOAL - ao ex-presidente, tendo após a tentativa infrutífera, concedido uma entrevista diante do prédio da Polícia Federal em Curitiba. Na entrevista - e nos ativemos a ela - EM NENHUM MOMENTO Grabois afirmou que o Terço foi enviado pelo Santo Padre, mas apenas "ABENÇOADO" pelo Papa", diz a nota.

Em sua página oficial, o Instituto Lula descreveu Grabois como "emissário do papa Francisco para assuntos de Justiça e Paz", e disse que ele pretendia levar ao ex-presidente um terço mandado pelo próprio Pontífice. Segundo a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Vatican News representa a comunicação da Santa Sé.

A CNBB, por sua vez, também disse desconhecer o envio do terço pelo Papa ao ex-presidente.

Preso desde 7 de abril, Lula pode receber visitas para ajuda espiritual toda segunda-feira, mas o advogado argentino foi barrado pela Polícia Federal por não ter função religiosa. O Pontifício Conselho Justiça e Paz, do qual o advogado fazia parte, foi extinto em 2017 pelo Vaticano. 

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