O Repórter

Bolsonaro mente no 'JN' e põe urnas em dúvida novamente

Candidato à reeleição pelo PL, presidente apresentou momentos de tensão ao responder sobre Centrão, corrupção e pandemia

Por OREPORTER.COM
22 de agosto de 2022 às 22:40
Atualizada em 24 de agosto de 2022 às 01:09
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divulgação / TV Globo
Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, foi sabatinado no Jornal Nacional.
Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, foi sabatinado no Jornal Nacional.

RIO - O presidente Jair Bolsonaro, candidato pelo PL à reeleição, pôs em dúvida novamente o sistema eleitoral brasileiro, nesta segunda-feira(22), ao lançar dúvidas sobre a lisura das urnas eletrônicas.

Bolsonaro disse que aceitará o resultado das eleições, "desde que sejam limpas", e defendeu a aliança com o Centrão, que condenava em outros governos.

O presidente ainda desconversou ao ser questionado por William Bonner e Renata Vasconcelos por qual razão teria xingado o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de "canalha".



Num primeiro momento, Bolsonaro negou o xingamento, para mais adiante afirmar que usou essa palavra porque “a temperatura subiu”. Finalizando o assunto, o presidente minimizou o entrevero com Moraes afirmando que “pelo que tudo indica", a relação com Moraes estaria "pacificada”.

Sobre os seus discursos durante o período mais crítico da pandemia, Bolsonaro disse que usou uma "figura de linguagem" e justificou a demora em comprar vacinas contra a Covid-19 por não haver o produto no mercado, mas que o governo comprou mais de 500 milhões de doses e que "só não se vacinou quem não quis".



Sobre a sua aliança com o Centrão, Bolsonaro pontuou que sem o apoio desses quase 300 parlamentares que formam o bloco não conseguiria governar.

"O Centrão são mais ou menos 300 parlamentares. Se eu deixar de lado, vou governar com o quê? Não vou governar com o parlamento. Então, você está me estimulando a ser um ditador. São 513 deputados, 300 são de partidos de centro, pejorativamente chamado de centrão. O lado de lá, os 200 que sobram, o pessoal do PT, PCdoB, PSOL, Rede, não dá para você conversar com eles. Até eles não teriam números suficientes para aprovar um PL comum. Então, os partidos de centro fazem parte, grande parte, da base do governo para que possamos avançar em reformas", afirmou o presidente.



O candidato à reeleição falou ainda sobre corrupção no Mec e a interferência na Polícia Federal.

O Ministério da Educação teve cinco chefes em um mandato, incluindo o pastor Milton Ribeiro, que chegou a ser preso por suposto favorecimento de pastores com verbas públicas.

Bolsonaro disse que "as pessoas se revelam quando chegam" e que, na visão dele, não há "nada" que incrimine Milton Ribeiro no caso dos pastores. O presidente chegou a contestar a classificação do caso como "escândalo".

Sobre a Polícia Federal ele minimizou a denúncia de "interferência", mas não explicou a mudança no discurso anterior de que não havia corrupção em seu governo.



Já nas considerações finais, Bolsonaro exaltou alguns feitos de seu governo, como a queda nos preços dos combustíveis, os R$ 600 de Auxílio Brasil para 20 milhões de pessoas mais pobres, a transposição do São Francisco, que estava parada desde 2012, levando água para o nordeste, a criação do PIX, entre outros.

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