O Repórter

Emocionado, Lula exalta democracia ao ser diplomado no TSE

Por OREPORTER.COM
12 de dezembro de 2022 às 15:08
Atualizada em 12 de dezembro de 2022 às 17:22
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Alejandro Zambrana / Secom / TSE
Lula junto com seu vice, Geraldo Alckmin, foram diplomados pelo TSE.
Lula junto com seu vice, Geraldo Alckmin, foram diplomados pelo TSE.

BRASÍLIA - O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, junto com seu vice, Geraldo Alckmin, foi diplomado na tarde desta segunda-feira (12) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e exaltou a democracia reconquistada pelo povo brasileiro.

"Este não é um diploma do Lula presidente, mas de uma parcela significativa do povo, que reconquistou o direito de viver em democracia neste país", declarou ele visivelmente emocionado.

"Vocês ganharam esse diploma".

A diplomacia oficializa o resultado das urnas, nas quais o petista derrotou o atual presidente Jair Bolsonaro, e é a condição formal para que ele e seu vice tomem posse de seus respectivos cargos no próximo dia 1º de janeiro.

A cerimônia foi aberta pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que leu o teor do diploma e entregou o documento para Lula e Alckmin após a execução do hino nacional.

"É com o compromisso de construir um verdadeiro Estado democrático, garantir a normalidade institucional e lutar contra injustiças que recebo pela terceira vez o diploma de presidente eleito do Brasil. Em nome da liberdade, da dignidade e da felicidade do povo", afirmou Lula.

Em seu discurso, o petista falou que em sua primeira diplomação, em 2002, lembrou "da ousadia do povo brasileiro em conceder, para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário".

"Eu quero pedir desculpas pela emoção, porque quem passou o que eu passei nesses últimos anos, estar aqui agora é a certeza de que Deus existe", acrescentou, com a voz embargada.

O novo líder brasileiro enfatizou que sabe "o quanto custou", não apenas para ele, mas para o "povo brasileiro essa espera para que a gente pudesse reconquistar a democracia nesse país" e garantiu que ele e Alckmin vão "fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo, com a garantia de dignidade e qualidade de vida para todos, sobretudo para as pessoas mais necessitadas".

De acordo ele, "poucas vezes na história desse país a democracia esteve tão ameaçada, a vontade popular foi tão colocada à prova e teve que vencer tantos obstáculos para enfim ser ouvida".

"Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas, cuja confiabilidade é reconhecida há muito tempo por todo o mundo.

Ameaçaram as instituições, criaram obstáculos de última hora para que eleitores fossem impedidos de chegar a seus locais de votação, tentaram comprar o voto dos eleitores com falsas promessas de dinheiro desviado do orçamento público", recordou.

Além disso, Lula disse também que "a nação foi envenenada com mentiras produzidas no submundo das redes sociais". Sem citar nominalmente o governo de Jair Bolsonaro, o petista disse que "eles semearam a mentira e o ódio, e o país colheu violência política que só se viu nas páginas mais tristes de nossa história. No entanto, a democracia venceu".

Ele afirmou que defenderá até o fim o livre acesso à informação, tendo em vista que sua missão é fortalecer a democracia e lembrou da necessidade de se ter "instituições fortes e representativas e de união entre os poderes".

 Já Moraes, por sua vez, reforçou que a solenidade confirma o resultado eleitoral e a "vitória plena" da democracia e que o "Brasil completa 34 anos de estabilidade do estado democrático de direito".

Para ele, "estabilidade não significa ausência de turbulências, embates, ausência de ilícitos e criminosos ataques antidemocráticos", mas sim uma "observância fiel à Constituição, pleno funcionamento das instituições e responsabilização".

O presidente do TSE citou os "extremistas, criminosos, milícias digitais" que "começaram a atacar a mídia tradicional, para substituir o livre debate por mentiras", acrescentando que "coube à Justiça Eleitoral atuar de maneira séria e firme para evitar que desinformação maculasse liberdade de eleitores e eleitoras".

Por fim, Moraes lembrou que o "ataque ao sistema eleitoral vem sendo realizado de maneira mais intensa há uma década no mundo todo, por grupos extremistas, antidemocráticos, criminosamente, desacreditar democracia, a partir desse ataque pretendem substituir voto popular por ditadura".

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