BRASÍLIA - O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso nesta quarta-feira(22) em Santos. Junto com outros pastores, Ribeiro é suspeito de montar um gabinete paralelo para liberação de verbas dentro do MEC.
O inquérito foi aberto após o jornal "O Estado de S. Paulo" revelar, em março, a existência de um "gabinete paralelo" dentro do MEC controlado pelos pastores.
Além dele, os pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura também são alvos da "Operação Acesso Pago" - que tem ao todo 13 mandados de buscas e cinco de prisões. Conforme as informações da PF, Ribeiro foi preso em sua residência em Santos e um dos pastores também já foi detido.
O juiz da 15ª Vara Federal em Brasília, Renato Borelli, apontou as motivações para a prisão preventiva do ex-ministro: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Diferentemente da detenção temporária, a preventiva não tem prazo de encerramento.
Em depoimento à PF no final de março, Ribeiro confirmou que recebeu o pastor Gilmar à pedido o presidente Jair Bolsonaro. No entanto, ele negou que tenha ocorrido qualquer tipo de favorecimento.
Em vídeo, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que botava "a cara no fogo" por Ribeiro e que as denúncias contra o ex-ministro eram "covardia".
Já nesta quarta, questionado sobre a prisão do ex-ministro pela PF, Bolsonaro afirmou que Ribeiro é quem deve responder por eventuais irregularidades à frente do MEC.
"Ele responde pelos atos dele", afirmou Bolsonaro em entrevista à rádio Itatiaia. O presidente disse ainda que "se a PF prendeu, tem motivo."