O Repórter

Executivo da UE recomenda status de país-candidato à Ucrânia

Por Agência Ansa
17 de junho de 2022 às 09:11
Atualizada em 17 de junho de 2022 às 09:13
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Ursula von der Leyen apresenta pareceres sobre Ucrânia, Moldávia e Geórgia

BRUXELAS - O poder Executivo da União Europeia recomendou nesta sexta-feira (17) que a Ucrânia receba o status de país-candidato a membro do bloco, o que iniciaria formalmente seu processo de adesão.

Vestindo roupas com as cores da bandeira ucraniana, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou seu parecer quase quatro meses depois de Kiev ter formalizado seu pedido de adesão à UE.

"Hoje adotamos a recomendação para o Conselho Europeu dar à Ucrânia uma perspectiva europeia e o status de país-candidato a ingressar na união", afirmou Von der Leyen durante pronunciamento em Bruxelas.

O Conselho Europeu é o principal órgão político do bloco e reúne os líderes dos 27 Estados-membros, que estão com encontro marcado para os próximos dias 23 e 24 de junho, quando devem discutir o parecer.

"A Ucrânia já mostrou claramente seu compromisso com os padrões e valores europeus", disse a presidente da Comissão Europeia, acrescentando que Kiev já implantou cerca de 70% das normas do bloco.

"Ainda há um importante trabalho a ser feito sobre Estado de direito, oligarcas, anticorrupção e direitos fundamentais", ressaltou Von der Leyen. Segundo ela, os ucranianos estão "prontos para morrer" pelo sonho europeu. "Temos uma mensagem clara: a Ucrânia merece uma perspectiva europeia e deve obter o status de país-candidato, tendo presente que ainda há muito a se fazer", afirmou.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, escreveu uma mensagem no Telegram afirmando que seu país vive um dia "histórico".

Na última quinta (16), o mandatário havia recebido em Kiev os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Romênia, Klaus Iohannis, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o premiê da Itália, Mario Draghi, e os quatro prometeram defender o status de país-candidato na próxima reunião do Conselho Europeu.

"A Ucrânia sentiu contemporaneamente o apoio de quatro poderosos Estados europeus, principalmente o apoio a nosso movimento rumo à União Europeia", declarou Zelensky.

Já o Kremlin afirmou que o processo de adesão de Kiev à UE é acompanhado com "grande atenção", dado o "reforço do elemento de defesa" do bloco.

Moldávia e Geórgia

A Comissão Europeia também recomendou o status de país-candidato à Moldávia, mas ainda não para a Geórgia, que precisará respeitar "uma série de condições" antes de superar essa etapa.

Esses dois países também contam com territórios separatistas pró-Rússia (Transnístria, no caso da Moldávia, e Abkházia e Ossétia do Sul, no caso da Geórgia) e pediram sua adesão à UE em março passado, logo após o início da invasão à Ucrânia.

"Também recomendamos o status de país-candidato à Moldávia, entendendo que o país vai realizar reformas. A Moldávia está em um verdadeiro caminho europeu, pró-reformas e anticorrupção. Ainda há um longo percurso pela frente, mas acreditamos que ela tem o potencial para cumprir os critérios", disse Von der Leyen.

Já sobre a Geórgia, a presidente afirmou que o país precisa "se unir politicamente para desenhar um claro caminho até a UE". "Recomendamos que a Geórgia obtenha uma perspectiva europeia, mas que volte e mostre que cumpre uma série de condições antes de receber o status de candidata", reforçou.

Apesar do parecer positivo de Bruxelas, o processo de adesão de Ucrânia e Moldávia deve ser longo. Atualmente, outros cinco países compartilham o status de candidatos, sendo que nenhum deles hoje está perto de ingressar na UE: Albânia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia e Turquia.

"Consideramos esses pedidos muito seriamente, fizemos o máximo para concluir [o parecer] o quanto antes, mas esse é só o primeiro passo", afirmou Olivér Várhelyi, comissário de Ampliação da UE.

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