O Repórter

Flordelis é condenada a 50 anos de prisão pela morte do pastor Anderson do Carmo

Ex-deputada responde, entre outros crimes, por homicídio triplamente qualificado

Por OREPORTER.COM
13 de novembro de 2022 às 09:56
Atualizada em 13 de novembro de 2022 às 10:07
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Brunno Dantas / TJRJ
Réus: Marzy Teixeira, ao fundo, Rayane dos Santos, Simone dos Santos (de óculos). À frente, Flordelis e o filho André Luiz.
Réus: Marzy Teixeira, ao fundo, Rayane dos Santos, Simone dos Santos (de óculos). À frente, Flordelis e o filho André Luiz.

RIO - A ex-deputada Flordelis foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão pelo homicídio do marido, Anderson do Carmo, em junho de 2019. Ela foi condenada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, além uso de documento falso e associação criminosa armada.

A pena pelo homicídio triplamente qualificado deve ser cumprida em regime inicialmente fechado.

A decisão afirma que a execução de Anderson do Carmo ocorreu de forma cruel e por motivo torpe, sem a possibilidade de defesa da vítima. "A ação criminosa evidencia, portanto, verdadeira e bárbara execução", destaca a sentença assinada pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, titular da 3ª Vara Criminal da Comarca de Niterói.

O Tribunal do Júri também condenou Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, a 31 anos, 4 meses e 21 dias pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada.

Os filhos afetivos Marzy Teixeira da Silva, André Luiz de Oliveira e a neta Rayane dos Santos Oliveira foram absolvidos de todos os crimes.

O julgamento de Flordelis, que teve início na última segunda-feira (7), teve duração de sete dias e terminou com a oitiva da ex-deputada. No depoimento, ela relatou ter sido vítima de agressões do ex-marido e afirmou que a morte de Anderson do Carmo foi motivada por abusos.

Relembre o caso

Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi morto com mais de 30 tiros, em 16 de junho de 2019. Ele foi alvejado na garagem da residência do casal. Porém, antes do homicídio, segundo a polícia, a vítima sofreu várias tentativas frustradas de envenenamento.

Denúncia

O Ministério Público afirma que Flordelis foi a responsável por planejar o homicídio do marido, além de ter convencido o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio (roubo seguido de morte).

A denúncia alega ainda que ela teria financiado a compra da arma utilizada no crime e avisado sobre a chegada de Anderson do Carmo no local em que ocorreu a execução.

Segundo as investigações, o crime teria sido motivado porque a vítima mantinha rigoroso controle das finanças familiares e administrava os conflitos de forma rígida, sem permitir tratamento privilegiado às pessoas mais próximas da ex-deputada.

A acusação cita ainda tentativas de homicídio anteriores, com a administração de veneno na comida e bebida da vítima, ao menos seis vezes, sem sucesso. Os réus respondem também por associação criminosa.

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