RIO - A cantora Ludmilla causou revolta dos seguidores da umbanda após a apresentação da artista no festival Coachella, nos Estados Unidos. Tudo por causa da apresentação da música "Rainha da Favela", cujo vídeo mostrava cenas do cotidiano das favelas cariocas. Em um dos takes mostrava um muro com a frase “Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas”, inscrição feita por evangélicos bastante comum em ruas de lugares pobres do Rio. O lema faz referência ao Tranca Rua, uma entidade da umbanda.
Seguidores da umbanda acusaram a cantora de intolerância religiosa. Segundo o Agenda do Poder, o deputado estadual Átila Nunes, conhecido defensor da umbanda, anunciou que vai protocoloar uma denúncia ao Ministério Público contra a cantora.
“Ludmilla cometeu o crime de vilipêndio religioso ao exibir publicamente um vídeo claramente agressivo à Umbanda, bem como reforçou o sentimento preconceituoso contra as religiões de matriz africana”, disse.
Já a cantora se pronunciou na rede social X, reclamando que tiraram de contexto a apresentação. Segundo ela, o vídeo mostrado durante sua apresentação mostra a favela em sua realidade, sem deixar de mostrar aspectos negativos.
"[A música] apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci, mas infelizmente se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste. Estou aqui pelo que é real e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja!”, argumentou.
Em uma postagem no instagram, a videomaker Ana Julia Theodoro também reclamou que tiraram a imagem de contexto.
"Minhas captações pela rua são voltadas para a retratação de tudo o que eu vejo sem filtro. Estão associando esse frame com intolerância religiosa, tirando todo o contexto da denúncia”, explicou.
Imagem causou polêmica no festival Coachella (Foto: Reprodução)
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