O Repórter

Lula garante que Brasil retomará relações com Venezuela

O presidente brasileiro afirmou que não quer inimizade com nenhum país

Por Agência Ansa
23 de janeiro de 2023 às 16:02
Atualizada em 23 de janeiro de 2023 às 16:07
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Luis Robayo / AFP
Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declarações conjuntas com Alberto Fernández na Casa Rosada.
Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante declarações conjuntas com Alberto Fernández na Casa Rosada.

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou na tarde desta segunda-feira (23) que "o Brasil não quer inimizade com nenhum país" e, portanto, retomará as relações diplomáticas com a Venezuela.

Em entrevista coletiva junto com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, após reunião na Casa Rosada, em Buenos Aires, o petista reforçou também que irá inaugurar uma embaixada no território venezuelano.

A declaração foi dada após Lula ser questionado sobre o cancelamento de uma reunião bilateral entre o petista e o presidente Nicolás Maduro, a pedido de Caracas. Os dois líderes visitam a capital da Argentina, na primeira viagem internacional do presidente do Brasil após assumir o cargo.

Lula explicou que pretende ser, durante seu mandato, um "construtor de paz" em relação à Venezuela, reforçando que o problema do país vizinho será solucionado com diálogo e não com bloqueio ou ofensas pessoais.

"A Venezuela vai voltar a ser tratada normalmente, como todos os países querem ser tratados. O que quero ao Brasil, quero à Venezuela: respeito", disse ele, defendendo a presença do país na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

O petista ainda saiu em defesa de Maduro, lembrando que "muitas pessoas esquecem que [a oposição Venezuela] fez uma coisa abominável com a democracia, que foi reconhecer um cara que não era presidente, não tinha sido eleito, como presidente". A declaração faz referência ao líder opositor Juan Guaidó.

"Esse cidadão ficou vários meses exercendo o papel de presidente, sem ser presidente", ressaltou Lula, lembrando que "nós construímos a ideia de criar um grupo de amigos da Venezuela para promover um diálogo democrático e nós conseguimos", mas "depois a oposição não aceitou esse acordo".

Por fim, ele enfatizou a necessidade de garantir que a autodeterminação dos povos seja respeitada em qualquer território. "Da mesma forma que eu sou contra a ocupação territorial, como a Rússia fez à Ucrânia, sou contra muita ingerência no processo da Venezuela".

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