O Repórter

O que eu vi na primeira semana do Rock in Rio 2022

Entre pontos negativos e positivos, saldo do festival está no azul

© I Hate Flash
Por Alex de Souza | OREPORTER.COM
05 de setembro de 2022 às 18:00
Atualizada em 05 de setembro de 2022 às 23:07
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O Iron Maiden é a banda que mais vezes tocou no Rock in Rio.
O Iron Maiden é a banda que mais vezes tocou no Rock in Rio.

RIO - Para o profissional de imprensa, que cobre diversos temas e grandes eventos, o material humano faz sempre a diferença e o público do Rock in Rio é diverso e especial. Os 100 mil peregrinam.

Antes mesmo da abertura dos portões as tribos cantam, entoam palavras de ordem, levantam bandeiras e chamam pelos seus ídolos. É dia de rock, é dia de pop, é dia de funk, é dia de música.

E o primeiro dia na Cidade do Rock foi de uma cor só, o preto. O objetivo estava focado no palco principal do festival e tinha um nome, Iron Maiden.

A banda enfrentou problemas no som, mas os efeitos pirotécnicos e clássicos como "Fear of the dark", "Trooper" e "Run to the hills" deixaram os fãs bastante felizes.

Não à toa, o Iron Maiden é a banda que mais vezes tocou no Rock in Rio e, pelo discurso do vocalista Bruce Dickinson, a banda provavelmente estará de volta em 2024, batendo o seu próprio recorde de apresentações no evento dos Medina.

Sem conexão

Enquanto isso, na área de imprensa do festival, os colegas responsáveis por contar tudo o que acontece no maior evento de música do planeta, enfrentavam problemas com a conexão de Internet e se viravam como podia.


Espaço da TIM na Cidade do Rock. Operadora prometeu reforçar infraestrutura no evento.

A ironia ficou por conta da operadora que deveria garantir a conexão das mais de 100 mil pessoas presentes, entre elas os jornalistas.

A TIM anunciou com pompas a instalação de 25 antenas que prometiam melhorar o sinal de Internet e garantir a experiência de quem já possui a tecnologia 5G. Mas, segundo estimativas da própria operadora, apenas 10% do público já teriam a tecnologia em seus aparelhos.

Para piorar, quem era usuário das operadoras Vivo ou Claro, encontrou momentos de apagão de rede, o que poderia os remeter ao primeiro festival, lá em 1985, onde nem existia celular.

Em contato com OREPORTER.COM, a Oi informou que não participou do leilão de 5G e, desde o mês de abril, não está mais atuando no segmento de telefonia móvel.

Solicitamos um posicionamento da Vivo e da Claro sobre o que público do Rock in Rio pode esperar para o próximo final de semana em termos de conexão e aguardamos resposta.

Bote o celular no bolso e vá curtir

Agora, pensando bem, se você não foi ao Rock in Rio a trabalho, e se deparou com seu smartphone de última geração sem Internet, bastava olhar em volta e curtir a experiência dos mais variados espaços.

Nova geração

Voltando ao que interessa, o preto do 1º dia deu lugar ao colorido e à diversidade do dia seguinte. Ao dar uma volta pela Cidade do Rock, me senti um tiozão vendo os sobrinhos se deslumbrarem com o cenário a sua volta.

A faixa etária despencou e os novinhos focaram em Post Malone, curtiram rap e funk, e tiraram onda lá na eletrônica.

Voltando pra casa

A saída da Cidade do Rock, no entanto, apresentou a cidade do caos. Aquele trajeto que todo mundo faz para voltar para casa, deu ruim, como diriam alguns.



Os 15 minutos normais de caminhada, entre a entrada do Parque Olímpico e a plataforma de embarque do serviço de ônibus, pularam para 1h em passinhos curtos de formiga e sem vontate, como diria o poeta.

Somados à chuva e ao frio, um mar de gente tentava sair ao mesmo tempo, o que, óbvio, não fazia a conta fechar.

Rock Express, mesmo?

Esperar a sua vez para embarcar num ônibus do evento também foi um martírio do segundo dia. Outra 1h de espera.



São Pedro, que não tem nada a ver com toda essa aglomeração levou a culpa. Os organizadores do Rock in Rio elegeram a chuva, a principal causa do problema.

"Em função da chuva, a pressão do público para sair foi o dobro do habitual. Somado a isso, estavam os semáforos avariados e acidentes de trânsito", disseram em nota.

Oi sumido! Você veio?!

E partimos, finalmente, para o terceiro dia. Justin Bieber se transformou numa espécie de Tim Maia canadense. Todo mundo se perguntava. "Ele vem?", "Ele já chegou ao Brasil?".

O mistério acabou quando o headliner do domingo desembarcou no heliponto da Lagoa Rodrigo de Freitas e se hospedou em um hotel, na Zona Sul do Rio.

O cantor tem enfrentado a síndrome de Ramsay Hunt, que é uma infecção do nervo facial e auditivo na qual provoca paralisia facial, e que o fez suspender shows da turnê mundial.

Mas o show do Rock in Rio estava salvo na agenda para delírio dos fãs do astro.

Deu bom!

Porém, até chegar a vez do menino rebelde subir ao Palco Mundo, o domingo foi recheado ainda de gratas surpresas.



Um dos maiores artistas da história da MPB, Gilberto Gil, foi homenageado no Palco Sunset. Ele se apresentou na primeira edição do festival, em 1985, e voltou a esta edição tendo como companhia a neta Flora, de apenas 13 anos, que foi às lágrimas ao subir ao palco para cantar "Garota de Ipanema" com o avô. Um lindo encontro.



E ainda vimos Demi Lovato empolgar a plateia, Iza caprichar na troca de figurinos e Jota Quest abrir o Palco Mundo cantando sucessos que todo mundo sabe de cor.

Voltando pra casa

A volta pra casa nas primeiras horas de segunda-feira foi bem mais tranquila e o saldo da primeira semana positivo apesar dos perrengues tanto para quem sai para curtir como àqueles que saem para trabalhar.

A segunda semana do festival começa na próxima quinta-feira 8 de setembro.

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