Paraíso do Tuiuti faz desfile morno em homenagem a João Cândido
Agremiação de São Cristóvão busca seguir no Grupo Especial
Por Rafael Max
13 de fevereiro de 2024 às 04:59
Atualizada em 13 de fevereiro de 2024 às 05:03
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Dhavid Normando/Rio Carnaval
O Paraíso do Tuiuti homenageou o marinheiro João Cândido
RIO - Penúltima escola a passar pela Marquês de Sapucaí, o Paraíso do Tuiuti apresentou o enredo Glória ao Almirante Negro. André Gonçalves, Júlio César Garcia e Lane Santana fizeram uma homenagem ao marinheiro João Cândido, líder da revolta da chibata, na luta contra os maus tratos aos marinheiros negros.
Contando a história de um filho de escravizados, a escola lembra da desilusão com a Proclamação da República, que não garantiu maior liberdade aos negros. A escola retratou a infância de João Cândido e seu início na Marinha.
Inspirado pela revolta do Potenkim, na Rússia, João Cândido inicia sua revolta contra os maus tratos aos marinheiros. A repercussão do motim fez João ser conhecido como Almirante Negro, apelido que acompanhou a sua vida. O marinheiro acabou sendo preso após uma falsa promessa de anistia, sendo expulso da Marinha mesmo após uma absolvição.
Após a revolta, João Cândido viveu como pescador, mas a escola tratou de retratá-lo como um símbolo na luta contra o racismo, lembrando de casos de violência contra negros em seu último carro.
O Paraíso do Tuiuti teve a ingrata missão de suceder a arrebatadora passagem da Mangueira com Alcione. Acabou não encantando o público com um desfile não tão arrojado a exemplo das antecessoras. Para piorar, o último carro demorou para entrar, abrindo um buraco no primeiro módulo. A missão da escola de São Cristóvão será assegurar mais um ano dentro da elite do carnaval carioca.