TEL AVIV - O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, e o chanceler Yair Lapid anunciaram nesta segunda-feira (20) a intenção de dissolver o Parlamento do país, decisão que abrirá caminho para a quinta eleição em três anos.
De acordo com o governo, Lapid assumirá o cargo até o próximo pleito, previsto para ser realizado no fim de outubro.
"Tomamos a decisão certa para Israel", anunciou Bennett, dirigindo-se à nação na TV. "Trouxemos a honestidade de volta à tona e demonstramos que é possível deixar de lado as dissensões por um objetivo comum. Nunca aceitei que as considerações partidárias prevalecessem sobre as nacionais".
Bennett foi eleito em 2021 graças a uma aliança de oito partidos que deu fim a meses de impasse na escolha do primeiro-ministro de Israel. O anúncio, porém, representa a ruína da aliança.
Com a dissolução do Knesset, Bennett explicou que estará ao lado de Lapid na próxima gestão, embora, segundo a mídia, ele não se torne ministro do Interior como originalmente previsto no acordo de coalizão. Hoje, o posto é ocupado por Ayelet Shaked.
Durante o discurso, Lapid disse, por sua vez, que é preciso "lutar contra as forças que tentam fazer de Israel um país antidemocrático". Recentemente, o ex-primeiro-ministro e atual líder da oposição, Benjamin Netanyahu, prometeu voltar ao cargo.
O anúncio desta segunda é feito após semanas de especulação de que a coalizão - a mais diversificada na história de Israel - estava à beira do colapso. O governo corre o risco de perder uma votação importante na próxima semana, depois que um membro do partido Yamina deixou o grupo e a coalizão não tinha mais maioria na Knesset - Parlamento israelense.
Além disso, a dissolução do governo de Bennett acontece durante uma onda de confrontos entre policiais israelenses e civis palestinos, principalmente depois que a tensão aumentou após a morte da jornalista Shireen Abu Akleh, da Al Jazeera.