O Repórter

Reeleito, Macron perde maioria no Parlamento da França

Presidente viu ascensão da esquerda e da extrema direita

Por Agência Ansa
19 de junho de 2022 às 17:46
Atualizada em 19 de junho de 2022 às 17:48
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PARIS - Reeleito em abril passado para comandar a França por mais cinco anos, o presidente Emmanuel Macron não terá mais maioria no Parlamento.

De acordo com projeções da imprensa francesa após o segundo turno das eleições legislativas, realizado neste domingo (19), a coalizão de centro Juntos! terá entre 205 e 235 deputados na Assembleia Nacional, cerca de 120 a menos do que o obtido cinco anos atrás pela aliança liderada pelo ex-banqueiro.

O resultado ficou muito aquém do objetivo de 289 assentos (de um total de 577) fixado por Macron para assegurar maioria absoluta e o apoio parlamentar necessário para implantar seu programa de reformas.

A coalizão liderada pelo esquerdista Jean-Luc Mélenchon deve ficar com 170 a 190 deputados, confirmando sua supremacia sobre o cada vez menor Partido Socialista no campo progressista. "A derrota do partido de Macron é total", comemorou o ex-presidenciável.

Quem também celebrou o resultado deste domingo é Marine Le Pen, derrotada por Macron nas duas últimas eleições para o Palácio do Eliseu, mas que viu seu partido, o Reunião Nacional, de extrema direita, passar de oito para mais de 70 deputados - os números definitivos devem ser conhecidos apenas nesta segunda (20).

"Conseguimos eleger um grupo muito forte de deputados para a Assembleia, que será cada vez mais nacional. Será com folga a maior bancada da nossa família política", disse Le Pen.

Macron, por sua vez, terá vida dura com dois adversários tão determinados. Tanto Mélenchon quanto Le Pen fizeram da oposição ao presidente sua principal bandeira nos últimos anos. "Atingimos nosso objetivo: derrubar o homem da arrogância", disse o esquerdista.

Os analistas são unânimes em afirmar que Macron deve se voltar para a direita tradicional, que até a ascensão do atual presidente polarizava a política francesa com os socialistas, mas agora será apenas a quarta força na Assembleia Nacional, com 60 a 75 cadeiras.

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