O Repórter

Reino Unido sanciona líder da Igreja Ortodoxa Russa

Cirilo é aliado do regime de Vladimir Putin

Por Agência Ansa
16 de junho de 2022 às 10:55
Atualizada em 16 de junho de 2022 às 13:41
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Ansa
O líder da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo
O líder da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo

LONDRES - O governo do Reino Unido anunciou nesta quinta-feira (16) sanções contra o primaz da Igreja Ortodoxa Russa, Cirillo, por conta de seu apoio à invasão à Ucrânia pelo regime de Vladimir Putin.

Por meio de comunicado, a secretária britânica de Relações Exteriores, Liz Truss, disse que o principal líder religioso da Rússia "abusou repetidamente de sua posição para justificar a guerra".

Com isso, Cirilo fica proibido de entrar no Reino Unido e terá eventuais ativos sob jurisdição britânica congelados.

A nova lista de sancionados por Londres também inclui a comissária russa para os direitos da infância, Maria Lvova-Belova, tida como artífice da transferência forçada de crianças ucranianas de áreas ocupadas, coronéis do Exército de Moscou, ucranianos "colaboracionistas" e uma empresa bélica russa.

"As pessoas atingidas hoje são cúmplices ou executoras da guerra de Putin, que está levando sofrimentos indizíveis ao povo ucraniano", acrescentou Truss.

O porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, Vladimir Legoyda, disse no Telegram que as sanções contra Cirilo são uma "tentativa de intimidação absurda e insensata". "Isso pode ser necessário apenas para forças políticas que têm a escalada do conflito como sua meta", salientou.

A União Europeia também chegou a discutir possíveis sanções contra Cirilo, mas recuou após pressões da Hungria, cujo premiê, o ultranacionalista Viktor Orbán, é próximo a Putin.

Patriarca de Moscou desde 2009, Cirilo é o principal líder religioso do país com a maior população ortodoxa no mundo em termos absolutos. Desde o início da invasão à Ucrânia, sempre mostrou alinhamento com Putin e chegou a culpar o Ocidente e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pela guerra.

A postura de Cirilo o afastou do papa Francisco, com quem se encontraria neste mês em Jerusalém, e provocou críticas do líder católico. "Não somos clérigos de Estado, não podemos utilizar a linguagem da política, mas sim a de Jesus. O patriarca não pode se transformar no coroinha de Putin", disse o pontífice em entrevista recente ao jornal italiano Corriere della Sera.

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