ARARAQUARAm SP - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de "vândalos fascistas" os apoiadores de Jair Bolsonaro que invadiram as sedes dos três poderes e decretou intervenção na segurança pública do Distrito Federal, para manter a ordem pública após a invasão de bolsonaristas radicais aos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula anunciou o decreto na cidade de Araraquara, interior de São Paulo, onde está para avaliar estragos causados pelas chuvas no município.
A medida chega após a polícia do DF ser acusada de fazer vista grossa para a insurreição promovida por bolsonaristas contra as instituições democráticas em Brasília.
"Aquelas pessoas que chamamos de fascistas, o que há de mais abominável na política, invadiram a sede do governo, invadiram a sede do Congresso Nacional, invadiram a Suprema Corte, como verdadeiros vândalos, destruindo o que encontraram pela frente", disse Lula em Araraquara (SP), aonde ele viajou para verificar estragos provocados pelas chuvas na região.
"Todas as pessoas que fizeram isso serão encontradas e punidas. Elas vão perceber que a democracia garante o direito de liberdade e livre expressão, mas também exige que as pessoas respeitem as instituições criadas para fortalecer a democracia.", acrescentou.
Segundo Lula, "fascistas fanáticos fizeram o que nunca foi feito na história deste país". "Vamos descobrir os financiadores, e todos eles pagarão com a força da lei por esse gesto antidemocrático, esse gesto de vândalos e fascistas", declarou.
O presidente ainda acusou Bolsonaro de insuflar os golpistas e pediu punições "exemplares" para os invasores, "de forma a que ninguém nunca mais ouse, com a bandeira nacional nas costas pra se fingir de nacionalista, fazer o que eles fizeram hoje".
Lula também anunciou que vai retornar a Brasília e visitar as sedes do Congresso, do STF e da Presidência. "E podem estar certos, isso não se repetirá", prometeu.
A intervenção federal no DF valerá até 31 de janeiro e, segundo o decreto, tem como objetivo "pôr termo a grave comprometimento da ordem pública, marcada por atos de violência e invasão de prédios públicos".
O interventor será Ricardo Garcia Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, e poderá usar inclusive as Forças Armadas para desalojar atos golpistas.