O Repórter

No 'JN', Ciro Gomes se diz contra reeleição e defende renda mínima de R$ 1 mil

Candidato do PDT à Presidência da República foi o segundo entrevistado do Jornal Nacional

Por OREPORTER.COM
23 de agosto de 2022 às 23:48
Atualizada em 24 de agosto de 2022 às 01:09
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reprodução / TV Globo
JN entrevista Ciro Gomes (PDT), candidato à Presidência da República.
JN entrevista Ciro Gomes (PDT), candidato à Presidência da República.

RIO - O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, foi o segundo entrevistado do Jornal Nacional, da TV Globo, nesta terça-feira (23). E, logo de início, William Bonner questionou o tom de guerra adotado pelo candidato contra os seus adversários, se a intenção dele é a de "unir o Brasil".

Em uma reflexão, Ciro fez a primeira promessa da noite. "Eu devo sempre reavaliar [modo como trata os adversários]. Eu faço esse esforço de humildade permanentemente. Minha tarefa é reconciliar o Brasil", afirmou o candidato.

Ainda sobre o modo como trata seus pares, que concorrem à cadeira mais importante do Planalto, Ciro tentou explicar-se porque muitas vezes age com palavras duras sobre os seus oponentes.



"Eu tenho que confrontar aqueles que mandaram no Brasil nesses anos todos. E às vezes, sim... Eu venho de uma tradição do Nordeste, a nossa cultura política é 'palavrosa', digamos assim. Às vezes, no Sul e no Sudeste, as pessoas não entendem bem. Não me custa nada rever certos temas, e tal, especialmente na proporção em que meu sonho é reconciliar o Brasil", pontuou.

Ciro tentou desvincular a sua imagem dos políticos tradicionais e quer se apresentar como uma terceira via. Nem Lula, nem Bolsonaro.
 
"Lula para cadeia, Dilma cassada, Collor cassado, FHC e o PSDB nunca mais disputaram uma eleição nacional e Collor cassado, e Bolsonaro desmoralizado agora. Minha proposta é transformar minha eleição não num voto pessoal, mas num plebiscito programático. Para que a gente discuta ideias", foi taxativo.



Quanto ao endividamento ao que o povo tem se dobrado, devido às altas taxas de juros a proposta de Ciro Gomes é até simples, no que ele batizou de "Lei da Litigância".

O candidato propõe que se uma pessoa pagar duas vezes o valor original da dívida, por causa dos juros, o débito será considerado liquidado. Isso, poderá, segundo o candidato, reduzir o endividamento e aumentar o poder de compra e de investimento do brasileiro.

Ciro quer ainda garantir uma renda mínima no valor de R$ 1 mil para famílias carentes, tendo como fonte de financiamento do programa a taxação dos "super-ricos".



"O que estou propondo é uma perna de um novo modelo previdenciário. Então, eu vou pegar o BPC [Benefício de Prestação Continuada], a aposentadoria-rural de muitos brasileiros que ainda remanescem, que não contribuíram no passado, o seguro-desemprego, e pegar todos os programas de transferência, especialmente o novo Bolsa Família, que é o Auxílio Brasil, transformar em um direito previdenciário constitucional", afirmou.

O candidato ainda garantiu que se eleito abrirá mão da reeleição que, segundo ele, é um dos motores da corrupção e do “toma lá, dá cá” na política nacional.

Também falou sobre a fome, o Meio Ambiente e o saneamento básico, temas sensíveis e urgentes.



Fome, fome, fome, 33 milhões de pessoas estão com fome, 120 [milhões] não fizeram as três refeições hoje. E há pessoas e grupos políticos responsáveis por essa tragédia. E eu acho francamente que a maior ameaça à democracia é o fracasso dela na vida do povo”, disse Ciro.

Em um dado momento, Ciro Gomes teceu mais críticas sobre Lula e Bolsonaro e convidou os espectadores à reflexão.

"Não é possível, a política não pode ser reduzida a essa coisa odienta, sabe? O Bolsonaro é um protesto contra a corrupção e a crise econômica que o PT produziu. Agora [há] a frustração com o Bolsonaro. E a gente vai voltar ao passado, sabe? O Brasil não aguenta mais isso", declarou Ciro.

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